segunda-feira, outubro 29, 2007

O melhor amigo do cão

"Em Moçambique, um cão adoptou um macaquinho selvagem e os dois tornaram-se inseparáveis.

Quando fortes cheias atingiram o Norte de Moçambique em 2002, causando a miséria e grandes prejuízos às propriedades e às colheitas, muitos animais foram deixados à sua sorte. Mas os habitantes de Caia, na margem direita do rio Zambeze, presenciaram uma amizade estranha entre um cão e um macaco.

Um cão magro apareceu vindo do mato com um macaquinho às costas.

Os habitantes deram-lhes os nomes de Billy e Kiko e os dois tornaram-se inseparáveis desde então."


Comparando esta notícia com o que se passou na exposição de “arte” de Manágua e que foi alvo do meu post com o título “What???!!!” é caso para se concluir que apesar do cão ser o melhor amigo do homem, a inversa não é verdadeira pois, pelos vistos, o melhor amigo do cão é o macaco.


sexta-feira, outubro 26, 2007

E porque hoje é sexta-feira …

… Senhoras e Senhores apresento-vos,

Monica Bellucci









Aqui no excelente filme Malena do realizador Giuseppe Tornatore o mesmo do belíssimo Cinema Paradiso

WHAT???!!!


Isto não é arte. É barbárie!

Através da Caracolinha soube desta notícia sobre um cão vadio que foi utilizado como "peça" de arte numa exposição em Manágua, acabando por morrer de fome e sede.

Como se isto não bastasse, o autor desta vergonha, um tal Guillermo Habacuc Vargas, está proposto para representar o seu país, a Costa Rica, na Bienal de Arte Centroamericana de 2008 a ser realizada nas Honduras.

Para que este energúmeno não seja aceite na Bienal, anda a circular uma petição que deve ser assinada por quem, como eu, se sente indignada com esta prova do atraso e ignorância em que muitas pessoas ainda estão mergulhadas.
Para quem tiver estômago, pode ver aqui as fotos.

Por favor, assinem a petição e divulguem!

quinta-feira, outubro 25, 2007

Uma cicatrização macaca!

- Prof. O que é que hoje venho cá fazer?
- Na segunda-feira tirei-te os tampões do nariz, hoje são os pontos.
- Mas tenho pontos? Não vejo nada!
- Estão na narina direita. Lá dentro. São três.
- Ok.

Depois dos pontos tirados.

- Muito bem. Isto está óptimo e a cicatrização a fazer-se na perfeição. Como te sentes filha?
- Bem. Só me chateia uma coisa.
- O que é?
- É que tenho a sensação de ter o nariz cheio de macacos, apesar de o lavar duas vezes ao dia com soro fisiológico.
- Ora, isso são crostas por causa das hemorragias. Vão cair por si. Até cicatrizar tudo demora cerca de um mês.
- Pois, mas parecem macacos e quem olha para mim vai pensar que não lavo o nariz.
- Ó minha filha, mas tu foste operada!
- Mas não tenho isso escrito na testa, pois não? Humpf!

quarta-feira, outubro 24, 2007

Historial de uma operação ao nariz

Quinta-feira passada, 18 de Outubro, 07h55 da manhã, numa clínica em Lisboa.

- Bom dia!

- Bom dia!

- Estou aqui para uma intervenção cirúrgica ao nariz a ser feita pelo Prof. Dr. Fulano de Tal. O meu nome é Sicrana. O meu termo de responsabilidade já cá deve estar.

- Deixe-me ver … hum … não é este, … hum … ora, aqui está ele! Preencha esta ficha e espere um pouco na sala.

Depois de preencher uma ficha onde só falta perguntarem se tenho horas certas para ir à casa de banho vou para a sala de espera, aparentemente calma. Aparentemente, porque estou aterrorizada, já que me vou sujeitar a uma anestesia geral pela primeira vez na minha vida.
A minha T, percebendo o meu terror tenta acalmar-me.

- Ó querida vai correr tudo bem! Vais acordar da anestesia. Descansa!

- Não tenho medo de não acordar da anestesia. Tenho é medo de como vou acordar!

Chamam-me e subo com T até um determinado andar onde entro num quarto com 4 camas e outros tantos armários. Três rostos femininos, um idoso e dois de idade difusa, olham-me com curiosidade.

Aparece uma enfermeira de meia-idade e o meu gaydar começa logo a apitar. O meu nariz pode estar torto mas o meu gaydar continua a funcionar na perfeição.
Não há dúvidas! A senhora enfermeira joga no mesmo clube que eu! A forma cúmplice como olha para mim e para T e a exagerada diligência com que me trata, são suficientemente elucidativas.

- A sra. dra. vai ter de vestir roupa esterilizada para a operação. Vista esta batinha e estas cuequinhas e coloque esta touquinha na cabeça que a maca vem já a caminho para a levar para o bloco operatório. – Diz ela desfazendo-se em salamaleques e sorrisos.

Dispo as minhas roupas e visto umas cuecas, que se prendem por atilhos, e uma bata que me deixa o traseiro ao léu. Só tenho tempo de beijar T porque duas auxiliares empurrando uma maca se dirigem a mim exigindo que me deite.

Entro numa sala com várias pessoas que usam batas, luvas, toucas e máscaras tapando-lhes o nariz e a boca. Mandam-me deitar numa coisa que me parece uma tábua muito estreita coberta por um lençol.

- Os braços não me irão cair desamparados enquanto estiver anestesiada?

- Não e já vai ver porquê! Vá-se mentalizando para só respirar pela boca, ok?

- Ok! “E se a mentalização não funcionar?” Penso.

Vejo o Prof. Dr. Fulano de Tal, também já mascarado que me diz carinhosamente:

- Vamos tratar de ti, minha filha! Este é o Dr. Sicrano Coisa e Tal, um excelente anestesista.

O Dr. Sicrano Coisa e Tal, é um indiano com um olhar sorridente e muito confiante. De repente sossego sem saber qual a razão dessa repentina tranquilidade, se o devo ao olhar do médico, se por sugestão pelo facto dos indianos terem fama de serem bons médicos. Acho que é o olhar dele!

Uma enfermeira ata-me o braço direito e o esquerdo com um género de faixa que prende debaixo de cada um dos lados do meu corpo. Eis a explicação porque os braços não ficariam pendurados; caídos. Por sua vez, a minha mão esquerda é agarrada por outra enfermeira que a esfrega procurando uma veia.

- Esta é boa! É só uma picadinha! Não dói nada!

Enquanto sinto a picada, olho para o anestesista que, com aquele olhar luminoso que me tranquiliza me diz:

- Hoje lá está o nosso primeiro-ministro com mais uns quantos a tratar-nos da vidinha e tentando parir mais um tratado, não é verdade?

- Pois é! – Respondo. – Deve estar todo contente e ufano! Deve sentir-se a pessoa mais importante do mundo! Que horas são Dr.?

- 08h45!

O zero absoluto. O nada.

Acordo numa sala de iluminação fraca com um género de mola agarrada ao meu dedo indicador direito e que tem um ponto de luz vermelha. Na minha mão esquerda está espetada uma agulha protegida por adesivos, que me vai metendo soro no organismo. O meu nariz está tamponado e com uma compressa e adesivos protegendo as narinas. Sinto-me incomodada. Só respiro pela boca que está mais seca que um molhe de palha esquecido debaixo de um sol abrasador.

Estou na sala de recobro e começo a olhar para todos os lados enquanto mexo as pernas e conto mentalmente. Um relógio de parede diz-me que são 10h15. Tranquilizo. Acordei e estou bem. Só uma sede e fome imensas me devastam a boca e o estômago!
A uma enfermeira que ali se encontra pergunto se posso beber e comer qualquer coisa.

- Ainda não porque pode vomitar! Espere uma horita que já lhe dou um yogurt líquido. Durante dois dias só vai poder tomar líquidos!

- Já percebi que vou passar fominha!

- Tem de ser!

Vejo T entrar na sala de recobro sorrindo-me.

- Olá querida! Eu não te disse que ia correr tudo bem? Como te sentes coisa linda?

“Devo estar com um aspecto horrível e ela chama-me coisa linda. Ela ama-me, não há dúvida!” Penso enquanto a custo, num tom muito anasalado, digo:

- Estou bem. Tenho fome e sede!

- Vais ter de aguentar amor!

- Pronto! Já a viu, já sabe que ela está bem, agora a senhora vai ter de sair. As visitas são das 16h00 às 19h30. – Diz a enfermeira dirigindo-se a T que se despede de mim com um aceno e um sorriso enquanto se retira da sala.

Passada uma hora trazem-me um yogurt líquido com sabor a banana que bebo com imensa dificuldade, em pequenos goles, mas que me alivia a secura da boca. “Pronto, é desta que emagreces, mulher!” Penso.

- Que tal irmos ter com as suas companheiras de quarto? Pergunta-me a enfermeira com um sorriso como se me estivesse a dizer “Que tal irmos para um spa nos trópicos cheio de massagistas lindíssimas que vão tratar de si?”

Aceno afirmativamente mas com um tal desinteresse que a pobre enfermeira perde o sorriso. Às vezes sou tão rude que até chateia.

Entro no quarto e meto-me na cama sob o olhar atento das minhas três companheiras.

- Ai credo! Não deve sentir-se nada bem com o nariz assim todo tapado. Eu morria!

“Mas eu não morro!” Penso.

Adormeço cansada.
.................................

O pós-operatório foi francamente incomodativo. Respirar só pela boca durante 4 dias, lacrimejar e sentir vontade de espirrar constantemente, é uma tortura.

Contudo, quando na passada segunda-feira o médico me retirou os tampões e finalmente comecei a respirar pelo nariz, descobri um mundo completamente novo. Eu, de facto, respirava muito mal! Valeu a pena!

O meu nariz está direito e, agora, não é só por fora!

Só hoje consegui escrever este post. Na verdade, até ontem, só olhar para a televisão me fazia confusão. Por isso, lamento não ter cumprido com o prometido para as sextas-feiras nem ter escrito mais cedo.

Agradeço a todas(os) os comentários deixados no post anterior.

Bem hajam!

quarta-feira, outubro 17, 2007

Amanhã ...

... por volta desta hora devo estar a ser operada ao nariz.

O médico descobriu que tenho o nariz todo torto e que ando a respirar mal há muito tempo. Imaginem, uma gaja olha-se ao espelho de frente e perfil e convence-se que tem um nariz jeitosinho, mas depois vem um médico dizer que não tem nada que está direito só aparentemente! As aparências iludem mesmo, não há dúvida.

Como na sexta feira tenho alta, se tudo correr bem, vou tentar não deixar de postar aqui a(s) boazona(s). Só espero que o facto de estar com um aspecto desgraçado mais ou menos como o deste gajo ...



... não seja um elemento tão perturbador ao ponto de, em vez de uma boazona, poste um qualquer estafermo. Portanto, espero que o pós-operatório não me altere os gostos.

domingo, outubro 14, 2007

Glamour


Ontem a discoteca Maria Lisboa voltou às festas e desta vez foi a noite do Glamour. A afluência de mulheres e homens elegantemente vestidos foi superior às minhas expectativas porque, sendo uma festa em que o traje deveria ser a rigor e glamouroso é sabido que esta exigência, por vezes, afasta as pessoas.

A festa, em minha opinião, foi um sucesso e a Maria Lisboa mostrou mais uma vez que é um excelente espaço alternativo da noite lisboeta.

Apresento as minhas desculpas às pessoas que estiveram na festa e que possam ler este post, mas as mulheres do meu grupo, formadas pelos casais Cosmopolita/Citadina e Vizinhas, pela AR e namorada e, como não podia deixar de ser, pela minha T, eram as mais bonitas, elegantes, sedutoras e glamourosas da festa. Nenhuma delas ganhou o prémio do melhor traje, nem sequer chegou ao top 10 mas sabemos que estes concursos estão à partida viciados, pois são as pessoas amigas de quem organiza que são sempre as escolhidas. Aliás, nem achei que as dez pessoas seleccionadas para a final e de onde sairia a vencedora estivessem particularmente glamourosas. Mas também não é isso que importa.

Tirando uma baixa de tensão minha e repentina (não foi excesso de álcool porque só tinha bebido um whiskey) já para o final da noite, em que a minha T (estavas tão linda, meu amor!) não descansou enquanto não me arranjou uma óptima tosta (eu tinha-me esquecido de jantar) e as minhas amigas foram de uma inexcedível gentileza ajudando-me a recompor (sabem que detesto perder a pose) adorei a festa que para nós terminou às 06h30 da manhã.

Uma nota para o excelente humor da Baby Blue Eyes que não teve uma baixa de tensão, mas andava mortinha por encontrar umas havaianas que lhe aliviassem os pés dos sapatinhos altos e a quem agradeço a providencial água das pedras.

Os meus parabéns à organização e votos de que continuem a surpreender-nos.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Recordando mulheres maduras

Hoje atrasei-me mas como ainda é sexta-feira, deixo aqui duas mulheres que apesar de já terem ultrapassado a faixa etária dos sessenta anos continuam a ser belíssimas e a ter imensa classe. As fotos serão colocadas numa ordem de antes e depois.

Catherine Deneuve que no próximo dia 22 irá fazer 64 anos.







Susan Sarandon que o passado dia 4 fez 61 anos.






E aqui as vemos no filme "The Hunger" (Les Prédateurs) numa das primeiras cenas lésbicas do cinema. É uma passagem lindíssima ao nivel estético e musical. Liguem o som, façam um pause no mp3 que tem a música de abertura deste blog e vejam o vídeo clip que não se arrependerão. São cerca de sete minutos de pura magia.



quarta-feira, outubro 10, 2007

Mitos da sexualidade feminina e do sexo lésbico

Para o homem pré-histórico a mulher estava envolta numa aura mística. Ela sangrava todos os meses e não morria, enquanto que para qualquer homem sangrar significava morrer. Como desconhecia o seu papel na reprodução, o homem pré-histórico considerava a mulher muito poderosa porque ela conhecia o segredo de ter bebés. Daí, ser fácil perceber porque a mulher era identificada com a Deusa e porque a primeira divindade tinha características femininas. Na verdade, em vários locais históricos e arqueológicos do mundo inteiro, foram encontradas inúmeras imagens que representavam a fertilidade da mulher e da Terra, atribuindo à condição feminina, a Fonte Criadora Universal.
Quando os homens descobriram que tinham um papel fundamental na reprodução, a relação entre os dois géneros mudou radicalmente. Por via de uma força física notoriamente superior, o homem passou a dominar a mulher, retirando-lhe a importância que ela tinha.
A sociedade ocidental, dominada pelo género masculino e formada sob a égide da mitologia judaico-cristã, afastou-nos das nossas origens e deu-nos uma educação totalmente desprovida de símbolos femininos.
O homem passou a ter uma necessidade absoluta de se certificar que deixava descendência. Essa necessidade, nunca foi feminina já que a criança saída do ventre da mulher era sempre desta, independentemente do homem a quem pertencia o espermatozóide que lhe fecundara o óvulo. Até há bem pouco tempo, quando ainda se desconhecia a importância do ADN, havia um ditado que o povo colocava na boca das avós: “Os filhos das minhas filhas, meus filhos são, os filhos dos meus filhos, serão ou não.” Ainda hoje, em algumas tribos africanas, por exemplo, quem vai ser o futuro soba (rei), não é o filho varão do soba reinante e sim o filho varão da sua irmã.
O único fundamento para a relação sexual passou, assim, a ser a reprodução, sendo instituído como normal, apenas o acto sexual entre um homem e uma mulher, ou seja, a heterossexualidade. Tudo o que fugisse a esta norma reprodutiva, era considerado anormal ou mesmo patológico.
As mulheres tinham de ser fúteis, frágeis, passivas, ignorantes e sem desejos sexuais que, nelas, eram considerados desviantes e as catapultava para a "má vida".
Esta repressão sexual durou séculos. Porém, desde há uns anos e até aos nossos dias que o sexo deixou de ser apenas o meio de propagação da espécie e passou a ser visto como uma necessidade que nos faz bem e nos relaxa.
O problema, é que se passou da repressão sexual de outrora para a actual banalização do sexo. Mesmo que não andemos à procura de sexo, ele vem ter connosco. Na televisão, no cinema, na publicidade, etc., a nossa mente é constantemente preenchida com mensagens e imagens mais ou menos subtis que nos levam a acreditar que se não formos uns atletas olímpicos do sexo não seremos felizes. Ora, com esta preocupação em sermos felizes através de uma actividade sexual competitiva e alucinante, o sexo acaba por se tornar uma fonte adicional de problemas, em vez de nos tornar felizes. Cabe, a cada um de nós, a dificílima tarefa de discernir sobre o que queremos e não permitir que factores externos à nossa vontade, nos obriguem a “consumir” sexo, como se fosse um hamburger ou um hot dog.
No entanto, apesar de toda a actual banalização do sexo, a verdade, é que o padrão ainda assenta na ideia de que apenas existe relação sexual quando há penetração e, para haver penetração, é necessário o pénis.
Portanto, na nossa sociedade que se mantém patriarcal, a actividade sexual tem de girar em torno do órgão sexual masculino. A verdadeira relação sexual, só existe entre um homem e uma mulher ou entre dois homens.
Ninguém pergunta a dois gays o que fazem na cama. Como ambos têm pénis, não existem quaisquer dúvidas sobre as formas como podem retirar prazer do corpo um do outro. Porém, quase não há lésbica que não tenha passado pela sacramental e humilhante pergunta: “O que fazes na cama com outra mulher?”
Esta pergunta transporta-nos para a certeza de que as pessoas ainda não se libertaram da ideia de que, por não ter pénis, a mulher é individualmente e por si só, assexuada, apenas se tornando um ser sexual quando em contacto com o pénis, portanto, com a sexualidade masculina.
Há uns dias atrás, recebi neste blog um comentário de um homem com 26 anos (!!!) que dizia o seguinte: “Quanto à tua homossexualidade, é triste e só tenho a dizer que deves ter encontrado muitos tipos que não sabem fazer o serviço, daí estares assim. É pena. Mais uma mulher que se perde "para o outro lado", graças à incompetência masculina.”
Logo, para as pessoas que pensam como este indivíduo e que são mais do que seria desejável, a minha sexualidade não é autónoma nem individualizada, é dependente. Dependente da sexualidade masculina. Sou lésbica, não porque eroticamente, sexualmente e emocionalmente desejo mulheres, mas porque, não se aproximou de mim um homem suficientemente "competente" - obviamente como ele - que me tornasse um ser sexual satisfeito de modo a que nem sequer me passasse pela cabeça a ideia de desejar mulheres.
Mas mau, muito mau mesmo, é quando deparamos com mentalidades destas em médicos ginecologistas! É verdadeiramente atroz a ignorância de que muitos padecem. Ora leiam lá aqui e digam se não é de bradar aos céus.
Não há dúvida de que esta mentalidade, ainda muito generalizada, é o resquício de uma sociedade que relegou (e ainda relega) a mulher para segundo plano, apagando-a da História. Até na busca de informação sobre homossexualidade feminina, esta situação é notória, contrariamente ao que se passa quanto à homossexualidade masculina.
Ora, a ideia de que as mulheres são frágeis, passivas, doces, subtis e só por si, assexuadas, levou à criação de um outro mito sobre o sexo entre as lésbicas. Este, é também e somente, doce, subtil, suave, carinhoso, enfim, com as características ditadas como inerentes ao género feminino.
Nada mais errado.
Já por várias vezes aqui falei de um blog lésbico e erótico que, para mim, é o melhor da blogosfera. Chama-se Uva Na Vulva e a sua autora BF, defende, tal como eu, o seguinte:
“Sexo é sexo, tesão é tesão, seja entre duas mulheres, dois homens, um homem e uma mulher. Podemos ser delicadas, suaves, amorosas durante o sexo… Mas não necessariamente somos. Lésbicas também têm tesão alucinante, também fazem sexo animal, instintivo, selvagem. Lésbicas também transam apenas por desejo, atração física, também fazem sexo casual. Lésbicas fodem, trepam, se comem, assim como também fazem amor.”
Aconselho-vos a leitura de todo o texto.
Não se deve estranhar, assim, que a maioria das lésbicas goste de ser penetrada e goste de penetrar. Algumas até apreciam sexo anal. Posto isto, poderá haver quem se sinta tentado/a a fazer as seguintes perguntas:
- Se é assim, então porque não gostam de homens? Porque os gostos sexuais e formas de satisfação sexual, não têm nada a ver com orientação sexual.
- Como se penetram as lésbicas se não têm pénis? As lésbicas sempre usaram as mãos e, actualmente, apesar de no mercado existirem à venda vários acessórios, como os já sobejamente conhecidos strap-on para colocação de dildos, muitas lésbicas não apreciam brinquedos sexuais e continuam a preferir as respectivas mãos e, consoante o momento e a forma como a parceira deseja ser penetrada, usá-las. Há, inclusive, uma técnica conhecida como fist fucking.
Também não se estranhe que existam mulheres que não gozem com o sexo oral. “Todas as mulheres adoram sexo oral e gozam sempre assim.” Este é mais outro mito e andam por aí algumas mulheres que se acham umas anormais porque não apreciam sexo oral. Disparate! Era só o que faltava obrigar-se as mulheres a gostarem disto ou daquilo. Aliás, convém lembrar que tem de existir um determinado clima para o sexo oral acontecer sem constrangimentos. O sexo oral não é um princípio, nem um fim. O sexo oral pode ou não fazer parte do jogo sexual. Para além disso, há quem não o saiba fazer e/ou não goste. Se assim é, é melhor não insistir em fazer. O cunnilingus é uma arte que só deve ser praticada por quem gosta de o fazer e o saiba fazer.
De qualquer modo, é preciso nunca esquecer o maior instrumento sexual que temos: as nossas fantasias! Não vale a pena estarmos numa de sexo, seja ocasional ou com quem amamos, se não libertarmos as nossas mentes e não soltarmos as nossas fantasias.
Numa visita aos arquivos do blog Uva Na Vulva poderão encontrar muita informação que arruma de forma fundamentada com alguns mitos sobre a sexualidade feminina e o sexo entre mulheres.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Porque hoje já é sexta-feira

A Cristina do Contra Capa decidiu passar a colocar no blog dela, às quartas-feiras, a foto de um bonitão, pão, morango, borracho, giraço, whatever. Eu, agarrei a ideia dela e vou passar a colocar aqui, todas as sextas-feiras, fotos e/ou vídeos de mulheres bonitas, jovens, maduras, apenas interessantes, figuras públicas ou não mas que, de certeza, são mulheres que de alguma forma aprecio. As imagens podem ser artísticas ou não, enfim, terei toda a liberdade de escolha. Espero que gostem.

Portanto, porque hoje já é sexta-feira aqui ficam duas das minhas belezas favoritas.

Ashley Judd







Salma Hayek






E aqui as vemos dançando um tango no filme Frida



quinta-feira, outubro 04, 2007

Dia Mundial dos Animais


Apenas para lembrar que hoje é o Dia Mundial dos Animais. Existe a Declaração Universal dos Direitos dos Animais que pode ser lida aqui.
Este facto não coíbe a RTP de transmitir hoje em directo, uma tourada. Aqueles que são contra este espectáculo devem protestar através da linha espectador, 707789707 ou em http://www.rtp.pt/.

FREE BURMA



“If they want economic improvement in Burma, they’ve got to help the political situation to improve. I don’t think that they can do real economic progress without democracy.” Aung San Suu Kyi (Only Nobel Peace Prize Winner Imprisoned)

Burma is a country of around 50 million people. It is ruled by military dictatorship that regularly burns down small villages, raping women and children and using others to slave labour. They have forcibly recruited up to 70.000 chid soldiers, more than any other country in the world. More than 1.500 political prisoners arrested for their beliefs in human rights. Communications with the outside world is punishable. Owning unauthorized fax machine or modem can result in a 7 years sentence. More than 1,5 million villagers have left their homes as refugees.
FREE BURMA!
(Participant Blog Nº 2724)

quarta-feira, outubro 03, 2007

Direitinho ...


... do Contra Capa para aqui:
O movimento internacional de Bloggers de apoio à campanha Free Burma/Birmânia/Myanmar (International Bloggers' Day for Burma on the 4th of October) está a recolher adesões e a solicitar que nos Blogs de todo o Mundo sejam inseridos textos, no próximo dia 4, onde se apele à liberdade e ao respeito pelos direitos humanos.

O Tempus Blogandi registou-se com o nº 2724 e vai participar nesta campanha. Inscrições e demais informações podem ser efectuadas e recolhidas aqui.

terça-feira, outubro 02, 2007

Moda Primavera-Verão 2008


Mas o que é isto???
Com esta criação, Carlos Diez está a dizer-nos que quer que as mulheres se calem! Há muitas formas de se mostrar ódio por mulheres. A deste gajo é subtil mas não menos violenta! Deveria ser processado! Mas que grande anormal!

segunda-feira, outubro 01, 2007

Pérolas

Na caixa de comentários relativo ao post em que anuncio a realização da Lesboa Party, que decorreu no passado dia 28, a Bolacha, vem chamar a atenção para este título.

Bom, cada um tem direito à sua opinião, mas não me constou que a organização Entre Vírgulas tenha publicamente feito qualquer comentário contra a marca Allgarve. Porém, se alguém conhecer informação contrária, agradeço que me corrija.

De qualquer modo, não me parece que o mais importante neste título seja essa questão.

De facto, o que importa, é a homofobia ínsita na pergunta que o DJ desejaria fazer ao Presidente da CML: “não tenciona fazer rigorosamente nada relativamente ao uso indevido do nome da Cidade de Lisboa num evento associado a Gays, Lésbicas, etc? Lisboa, a capital da homossexualidade?! Será isto positivo para nós, lisboetas, e para as gerações seguintes?”

Ó genial DJ, não me parece que o Senhor Presidente da CML tenha tempo para se preocupar com questões de tão pouca envergadura como esta.

Contudo, como para si a questão é de grande importância e, portanto, já terá sido alvo de aturada reflexão da sua parte, a pergunta que faço é esta: e o que tem de negativo o termo Lesboa para os lisboetas e as gerações vindouras? Não me diga que ainda é dos que acredita que a homossexualidade se pega tal como um vírus.

Sinceramente gostaria de conseguir perceber esta preocupação que alguns heterossexuais demonstram pelo que os homossexuais andam a fazer, apenas com o intuito de largarem verborreia contra estes.

E quando me deparo com esta gentinha, não consigo deixar de pensar no que este pequeno filme retrata. Tem a duração de quatro minutos que serão bem empregues.