segunda-feira, março 31, 2008
Chamamento
Entregaria de bom grado as sombras que possuo,
a vulgaridade ruidosa que se ouve na minh'alma,
e o fruto fendido de sangue, ante mim, solitário
chamando seres distantes e substâncias
de mel fino e argentino.
(Duca)
domingo, março 23, 2008
Mães lésbicas
Apesar de este blog ser muito recente, chamo a vossa atenção para ele porque, conhecendo algumas das extraordinárias vivências da autora e a sua qualidade de escrita, tenho a certeza que irão gostar de o frequentar.
segunda-feira, março 17, 2008
Javier Bardem
Algumas mulheres dizem que ele é feio! Eu, então, acho que ele é aquilo a que se pode chamar um rico fim de semana! O homem é de uma sensualidade absoluta e, sem dúvida, um excelente actor.
E a beleza deve ser mostrada. Sem discriminações!
Guapíssimo Javier
terça-feira, março 11, 2008
Meravigliosa Creatura (Gianna Nannini)
Molti mari e fiumi
attraversero
dentro la tua terra
mi ritroverai
turbini e tempeste
io cavalchero
volero tra il fulmini
per averti
Meravigliosa creatura sei sola al mondo
meravigliosa paura di averti accanto
occhi di sole mi bruciano in mezzo al cuore
amore e vita meravigliosa
Luce dei miei occhi
brilla su di me
voglio mille lune
per accarezzarti
pendo dai tuoi sogni
veglio su di te
non svegliarti
non svegliarti....ancora
Meravigliosa creatura
sei sola al mondo
meravigliosa paura d'averti accanto
occhi di sole mi tremano le parole
amore e vita meravigliosa
Meravigliosa creatura un bacio lento
meravigliosa paura d'averti accanto
all'improvviso tu scendi nel paradiso
muoio d'amore meraviglioso
segunda-feira, março 03, 2008
Poesia Erótica
SINFONIA
Encontraram no corpo dela as suas teclas.
Apanharam-na.
Afinaram as suas notas.
Tiveram a paciência de um imortal.
A certeza de um proprietário.
O tempo de todo o mundo.
Tencionaram cordas – e ela converteu-se num brinquedo espontâneo.
Tangendo sempre...
Flamenco nos seios.
Jazz no ventre.
Entre as pernas, um choradinho de arrancar lágrimas.
O bojo dos seus quadris apoiado sobre a coxa firme da pianista.
A mão esquerda conduzindo o seu braço numa valsa descabida.
A destra hábil gravou na sua medula a letra daquela canção.
Fez ecoar a voz da amada no recinto outrora vazio da alma da amante.
Ela contorceu-se, inclinou-se, gata em momento de preguiça, quatro patas, traseiro alto em alegre submissão.
A boca dela cantarolou no seu sexo.
Lábios com lábios.
E todas as janelas do seu corpo se abriram, se escancararam, berrando um convite.
Latejando.
Humedecendo.
Ela escolheu uma entrada.
A doce porta proibida.
Tocou de leve os glúteos fortes.
Cor de trigo.
Páginas sofisticadas.
Abriu-as.
O miolo de tal livro era algo para conhecer.
Ela regia uma sinfonia suave, morosa.
Primeiro os violinos.
Meigos, furtando suspiros precoces.
E a porta antes trancada foi cedendo devagar.
Então, os oboés. Os violoncelos. Os clarinetes. A divina cacofonia.
A amante avançou.
Tateou.
Dedos cegos mas espertos logo acharam o seu posto na orquestra.
Aninharam-se na alcova alagada de um órgão em flor.
Dedilharam...
Um, dois, três. Um, dois, três.
Encontraram o ritmo.
Sem pressa, ela a embalou.
Indo e vindo.
Afundando sempre.
Ela como um maestro conduziu.
A diva cantou. Prazer agudo. Palpitante.
Infringir a regra e jamais contar a ninguém.
Despejar o conteúdo de todas as gavetas.
Rasgar as páginas de todos os diários.
Falar de amor carnal e visceral em todos os altares.
Preencher com gozo divino todos os buracos mundanos.
Meter o pecado virtude adentro.
Entrar e sair do paraíso roçando o inferno. Roçando o fogo.
A voz dela rivalizou com as de todos os castrati.
Ah! Foi uma longa sinfonia.
Devemos aprender a conservar os nossos amigos, mesmo quando vivemos um período em que nos esquecemos que eles existem porque arrogantemente julgamos não precisar deles. De amigos precisamos sempre!